sábado, 26 de dezembro de 2009

A Necessidade do Arrependimento

Irmãos, que mensagem incrível! Abismado pelo vigor com que o Senhor, por meio de J. C. Ryle, falou ao meu coração. Compartilho com vocês. Abraços!

A necessidade de arrependimento

J. C. Ryle

J. C. Ryle serviu por quase 40 anos como ministro do Evangelho. Foi um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um pastor fiel. Muitas de suas obras têm sido reeditadas e servido como fonte de instrução e consolo para o povo de Deus. A Editora Fiel publicou algumas de suas obras em português: o clássico “Santidade”; “Uma palavra aos moços”; “Fé genuína” e os quatro volumes de meditações nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.


"Se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis." (Lucas 13.3).


À primeira vista, este versículo parece rude e severo. Posso imaginar alguns dizendo: "Isto é o evangelho? Estas são as boas notícias? São as boas novas sobre as quais falam os pastores? É um discurso árduo, quem o pode suportar?" (cf. Jo 6.60).

No entanto, de quem eram os lábios que proferiram estas palavras? Elas vieram dos lábios dAquele que nos ama com um amor que excede todo entendimento, o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus. Foram ditas por Aquele que nos amou tanto, que deixou o céu, desceu à terra, viveu de modo pobre e humilde durante 33 anos, por nossa causa; foi à cruz, morreu e foi sepultado por nossos pecados. As palavras que vieram de lábios como esses têm de ser, com certeza, palavras de amor.

Afinal de contas, há maior prova de amor do que avisar um amigo quanto ao perigo vindouro? O pai que vê seu filho caminhando em direção à beira de um precipício e, quando o vê, grita fortemente: "Pare, pare!", não é um pai que ama o filho? A mãe carinhosa que vê sua criança a ponto de ingerir algo venenoso e clama intensamente: "Pare, pare! Largue isso!", não é uma mãe que ama o filho? É a indiferença que deixa as pessoas sozinhas e permite que continuem seguindo o seu caminho. O amor, amor compassivo, adverte e ergue o clamor de alerta. O grito de "Fogo! Fogo!", à meia-noite, pode, às vezes, arrancar uma pessoa de seu sono - de modo rude, desagradável, severo. Mas, quem reclamaria se tal grito fosse o meio de salvar a vida daquela pessoa? As palavras "se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis" podem, à primeira vista, parecer severas e rudes. Contudo, são palavras de amor e podem ser o meio de livrar do inferno almas preciosas.

Consideremos agora a necessidade de arrependimento. Por que o arrependimento é necessário? O versículo citado no início deste artigo mostra claramente a necessidade de arrependimento. As palavras de nosso Senhor Jesus Cristo são claras, enfáticas e distintas: "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis". Todos, todos, sem exceção, necessitam de arrependimento para com Deus. O arrependimento não é necessário somente para bêbados, ladrões, assassinos, adúlteros, fornicadores e encarcerados. Não. Todos os nascidos da descendência de Adão - todos, sem exceção - precisam de arrependimento para com Deus. A rainha no trono, o pobre que trabalha em seu ofício, o rico em sua sala de visitas, a empregada na cozinha, o professor de ciências na universidade, o jovem pobre e ignorante que trabalha no arado - todos precisam, por natureza, de arrependimento. Todos são nascidos em pecado; todos necessitam arrepender-se e converter-se, se desejam ser salvos. Todos precisam ter seu coração mudado quanto ao pecado. Todos têm de se arrepender e crer no evangelho. "Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mt 18.3). "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."

O que torna necessário o arrependimento? Por que Deus usa uma linguagem tremendamente forte a respeito desta necessidade? Por que o arrependimento é necessário?

(a) Primeiramente, sem arrependimento não há perdão dos pecados. Ao dizer isso, tenho de guardar-me de mal-entendido. Peço-lhe enfaticamente que não me entenda erroneamente: lágrimas de arrependimento não removem pecados. Dizer que elas o fazem é teologia errada. Remover pecados é uma competência e uma obra exclusiva do sangue de Cristo. A contrição não produz qualquer expiação de pecado. Dizer que ela o faz é teologia pervertida. Nossa melhor contrição tem defeitos suficientes para nos lançar no inferno. "Somos reputados justos diante de Deus somente por causa de nosso Senhor Jesus Cristo, pela fé, e não por nossas obras ou merecimentos",1 não por nosso arrependimento, santidade, caridade aos pobres ou qualquer coisa desse tipo. Tudo isso é verdade. Contudo, não é menos verdade que a pessoa justificada sempre se arrepende e que um pecador perdoado sempre será uma pessoa que lamenta e abomina seus pecados.

Em Cristo, Deus está disposto a receber homens rebeldes e dar-lhes paz, se vierem a Ele, em nome de Cristo, não importando quão ímpios tenham sido. Contudo, Deus exige, com justiça, que o rebelde deponha suas armas. O Senhor Jesus Cristo está disposto a ter compaixão, perdoar, dar alívio, purificar, lavar, santificar e preparar para o céu. Todavia, Ele deseja ver o homem odiando os pecados para os quais deseja obter perdão. Se quiserem, alguns homens podem chamar isso de "legalidade". Se lhes agrada, que o chamem de "servidão". Eu fico ao lado das Escrituras. O testemunho da Palavra de Deus é claro, inconfundível. Pessoas justificadas sempre são pessoas penitentes. Sem arrependimento, não há perdão de pecados.

b) Em segundo, sem arrependimento não há felicidade nesta vida. Existem coisas como exultação, entusiasmo, sorrisos e contentamento, enquanto as pessoas desfrutam de boa saúde e têm dinheiro no bolso. Mas essas coisas não são a felicidade inabalável. Há uma consciência em todos os homens; e essa consciência tem de ser satisfeita. Portanto, enquanto a consciência sente que ainda não houve arrependimento do pecado e que este não foi perdoado, ela não terá quietude e não permitirá que a pessoa fique tranqüila em seu íntimo...

c) Em terceiro, sem arrependimento não pode haver adequação para o céu, no mundo por vir. O céu é um lugar preparado, e aqueles que vão ao céu têm de ser um povo preparado. Nosso coração tem de estar em harmonia com as disposições do céu, pois, do contrário, o céu nos será um lugar infeliz. Nossa mente tem de estar em harmonia com a mente dos habitantes do céu, pois, do contrário, a comunhão das pessoas do céu nos seria intolerável... O que você faria no céu, se chegasse lá com um coração que ama o pecado? Com qual dos santos você conversaria? Ao lado de quem se assentaria? Com certeza, os anjos de Deus não entoariam música agradável ao coração daquele que não pode suportar os santos na terra e nunca louva o Cordeiro por seu amor redentor! Com certeza, a companhia dos patriarcas, dos apóstolos e dos profetas não seria satisfação para nenhum homem que agora não lê a sua Bíblia e não se interessa em saber o que os apóstolos e os profetas escreveram. Oh! não! Não! Não haveria felicidade no céu, se chegássemos ali com um coração impenitente...

Rogo-lhe, pelas misericórdias de Deus, que guarde no coração as coisas que acabei de dizer e pondere-as bem. Você vive em um mundo de engano, imposição e decepção. Não permita que ninguém o engane quanto à necessidade de arrependimento. Oh! que a igreja professa veja, saiba e sinta (mais do que o faz) a necessidade, a absoluta necessidade do verdadeiro arrependimento para com Deus! Há muitas coisas que não são necessárias. Riquezas e saúde são desnecessárias. Roupas finas não são necessárias. Amigos nobres não são indispensáveis. O favor do mundo é desnecessário. Muitos chegaram ao céu sem essas coisas. Talentos e erudição são dispensáveis. Milhões chegaram ao céu sem essas coisas. Milhares e milhares estão indo ao céu sem elas. Contudo, ninguém chegará ao céu sem o "arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At 20.21).

Não permita que ninguém o convença de que um sistema de doutrina em que o arrependimento para com Deus não tem lugar de grande proeminência merece ser chamado de evangelho. Não há evangelho, se o arrependimento não é um dos principais elementos. Tal evangelho é do homem, e não de Deus. Procede da terra, mas não do céu. Não é evangelho de maneira alguma. É antinomianismo e nada mais. Enquanto você estiver apegado e preso aos seus pecados, você terá os seus pecados, embora fale o quanto quiser sobre o evangelho. Os seus pecados ainda não estão perdoados. Você pode chamar isso de legalismo, se quiser. Pode dizer, se quiser: "Espero que tudo saia bem no final. Deus é misericordioso, Deus é amor, e Cristo morreu. Espero que irei ao céu no final". Não, eu lhe digo. Tudo não sairá bem. Você está errado diante de Deus... Está menosprezando o sangue da expiação. Ainda não tem parte ou herança em Cristo. Enquanto você não se arrepender de seus pecados, o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo não é evangelho para sua alma. Cristo é um Salvador do pecado, e não um Salvador paro o homem no pecado. Se um homem quer continuar em seus pecados, chegará o dia em que o misericordioso Salvador lhe dirá: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41).

Não permita que ninguém o engane, levando-o a supor que pode ser feliz neste mundo, sem arrepender-se. Oh! não!... Quanto mais você viver sem arrepender-se, tanto mais infeliz será o seu coração. Quando a velhice lhe sobrevier, e os cabelos grisalhos lhe encherem a cabeça; quando você for incapaz de ir aonde costumava ir e satisfazer-se no que outrora lhe dava prazer, a sua infelicidade e miséria irromperão como um homem armado... Escreva isto nas tábuas de seu coração: sem arrependimento, não há paz!

Espero ver muitas maravilhas no último dia! Desejo ver à direita do Senhor Jesus Cristo alguns daqueles que antes eu temia vê-los à sua esquerda. Verei à sua esquerda alguns do que eu supunha serem bons cristãos e esperava vê-los à direita. Todavia, há algo que, com certeza, não verei: à sua direita não verei nenhum homem que não se arrependeu.


Extraído de "Arrependimento", no livro Old Paths, reimpresso em inglês por Banner of Truth.

1. Trinta e Nova Artigos da Religião. Artigo XI, "A Justificação do Homem".


Copyright© Editora FIEL 2009.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"Deus nos humilhe a todos" por Charles Spurgeon

Amados


Hoje resolvei deixar alguém que escreve muito melhor do que eu e que viveu muito mais para Cristo.


Gostaria de que todos conhecessem não só um grande autor cristão ou um grande evangelista, mas um amigo que tanto queria que seus amados colegas viessem a conhecer melhor o Evangelho Vivo do Senhor!


Apresento-lhes o irmão e pastor Charles Haddon Spurgeon (Londres, 1834-1892), grande pregador batista e "reformado até o talo".


Vale o alerta de que o que vocês estão prestes a ler pode impactar muito a maneira como vocês encaram as verdades bíblicas.


Em amor sincero,

Esdras - sinner and guilty



Livre-Arbítrio - Um Escravo
por Charles Haddon Spurgeon


“Mas não quereis vir a mim para terdes vida” João 5:40


Este texto é usado pelos arminianos como uma das suas grandes armas e freqüentemente descarregada com um barulho terrível contra os pobres cristãos chamados calvinistas. Nesta manhã eu pretendo apontar a arma, ou melhor, vira-la contra os inimigos, porque ela nunca pertenceu a eles: jamais foi fabricada na forja deles. Pelo contrario, este texto intenciona ensinar a doutrina exatamente oposta àquela que eles sustentam.


Geralmente quando o texto é empregado, ele é dividido desta forma: primeiro, o homem tem uma vontade. Segundo, ele é inteiramente livre. Terceiro, os homens tem que querer por sua própria vontade vir a Cristo, de outra maneira eles não serão salvos. Ora, nós não utilizaremos tais divisões, mas nos empenharemos em dar uma olhada no texto com mais precaução: e não porque existam nele as palavras "querer" ou "não querer", chegaremos à conclusão de que ele ensina a doutrina do livre-arbítrio.


LIVRE-ARBÍTRIO É SIMPLESMENTE RIDÍCULO
Já foi provado além de toda controvérsia que o livre-arbítrio é uma tolice. A liberdade não pode pertencer ao arbítrio como a ponderação não pode pertencer é eletricidade. Elas são coisas completamente diferentes Podemos crer em agente livre; porém o livre-arbítrio é simplesmente ridículo. É bem conhecido de todos que a vontade é dirigida pelo entendimento, movida por motivos, conduzida por outros componentes da alma e considerada como algo secundário.


Tanto a filosofia como a religião, descartam de uma vez a idéia de livre-arbítrio; e eu vou tão longe quanto Marinho Lutero, em sua forte afirmação, onde ele diz:"se algum homem, de alguma maneira, atribuir a salvação ao livre-arbítrio do homem - mesmo a íntima parte - nada sabe sobre a graça e não conheceu Jesus Cristo corretamente". Pode parecer uma declaração severa; todavia, aquele que em sua alma crê que o homem faz o seu próprio livre-arbítrio voltar-se para Deus, não pode ter sido instruído por Deus, pois esse é um dos primeiros princípios que nos é ensinado quando Deus começa Sua obra em nós: não temos nem vontade nem poder, posto que Ele concede ambos; porquanto Ele é "o Alfa e o Ômega" na salvação do homem.


Sumário
Neste sermão nossos quatro pontos principais serão - Primeiro, todo homem está morto porque o texto diz: "mas não quereis vir a mim para terdes vida". Segundo, Há vida em Jesus Cristo - "...não quereis vir a mim para terdes vida". Terceiro, Há vida em Cristo Jesus para todo aquele que vem recebê-la" (...) "não quereis vir a mim para terdes vida". Isso implica em que todos que vão, terão vida. Quarto e o sentido do texto é: ninguém por si mesmo jamais virá a Cristo, pois o texto diz: "...não quereis vir a mim para terdes vida". Portanto, longe de afirmar que os homens por suas próprias vontades fariam tal coisa, o versículo nega-o categoricamente e diz: "NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida". Ora, amados, estou quase pronto a exclamar: será que os defensores do livre-arbítrio tem tão pouco conhecimento a ponto de desafiar a doutrina da inspiração? Estão destituídos de senso todos aqueles que negam a doutrina da graça? Tem se afastado tanto de Deus que torcem isto para provar o livre-arbítrio onde o texto diz: "... NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida"?


NÃO HÁ VIDA NA MORTE
1. Primeiramente, então, nosso texto implica em que OS HOMENS POR NATUREZA ESTÃO MORTOS. Ninguém precisa ir à procura da vida se já tem vida em si mesmo. O texto fala muito fortemente quando declara: "...não quereis vir a mim para terdes vida". Apesar de não dizê-lo explicitamente, ele afirma, com efeito. que os homens precisam de uma vida que não tem em si mesmos. Meus ouvintes, nós todos estamos mortos, a não ser que tenhamos sido gerados para uma viva esperança.


MORTE LEGAL - CONDENAÇÃO
Todos nós estamos, por natureza, legalmente mortos: "no dia que dela comeres, certamente morrerás" disse Deus a Adão: embora ele não tenha morrido fisicamente naquele momento ele morreu legalmente: isto quer dizer que a morte foi decretada contra ele. Tão logo como no OId Bailey, o juiz veste a capa preta e pronuncia a sentença, o homem é considerado morto pela lei. Talvez possa passar um mês antes dele ser trazido ao patíbulo para sofrer a sentença da lei, no entanto, a lei o considera um homem morto. E lhe impossível fazer qualquer transação. Ele não pode herdar, nem legar seus bens: ele não é nada é um homem morto. O país, de maneira alguma, o considera como vivo. Há uma eleição - não lhe é pedido seu voto porque ele é considerado legalmente morto. Ele está trancado em sua cela de condenação e está morto. Ah, e vocês pecadores sem Deus, que nunca tiveram vida em Cristo, estão vivos nesta manhã, por adiamento, mas, será que não sabem que estão legalmente mortos: que Deus os considera como tais, que no dia que seu pai Adão comeu o fruto, e vocês próprios pecaram, Deus, o eterno Juiz, colocou sobre Si o gorro preto e os condenou? Vocês falam poderosamente de sua própria posição, bondade e moralidade: onde estão elas? As Escrituras dizem que vocês "já estão condenados". Não tem que esperar para serem condenados no dia do juízo final; ali será a execução da sentença estão condenados. No momento que pecaram, seus nomes foram escritos no livro negro da justiça: todos foram então sentenciados por Deus à morte, a não ser que tenham encontrado um substituto pelos seus pecados. na pessoa de Cristo.
O que pensariam se fossem à prisão e vissem o condenado sentado, rindo e feliz? Vocês diriam: "o homem é um tolo, pois ele está condenado e será executado: no entanto, quão alegre ele está". Ah, e quão tolo é o homem mundano que, enquanto a sentença está sendo registrada contra ele, vive em divertimento e alegria! Vocês pensam que a sentença de Deus é sem efeito? Pensam que seu pecado que está gravado com ponteiro de aço nas rochas para sempre é isento de horrores? Deus disse que vocês já estão condenados. Se pudessem tão somente sentir isto, o amargor encheria as suas doces taças de gozo: suas danças parariam. O riso se extinguiria com um suspiro, se lembrassem de que já estão condenados. Todos nós deveríamos chorar, se compreendêssemos seriamente que por natureza não temos vida aos olhos de Deus. Estamos realmente condenados: a morte está decretada contra nós, e somos considerados aos olhos de Deus agora tão mortos como se já estivéssemos lançados no inferno: somos condenados agora pelo pecado, embora ainda não estejamos sofrendo a penalidade, porém, ela está escrita contra nós. Por isso estamos legalmente mortos. Não podemos encontrar vida, a não ser que encontremos vida legal na pessoa de Cristo.


MORTE ESPIRITUAL - CADÁVER CAMINHANDO
Mas, além de estarmos legalmente mortos, estamos também espiritualmente mortos. Isso porque a sentença não somente foi lavrada no livro, mas também no coração e entrou na consciência, operou na alma, no julgamento, na imaginação e em tudo: "...porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás", não somente foi cumprido pela sentença decretada, mas por algo que aconteceu em Adão. Assim como num dado momento futuro, quando este corpo morrer, o sangue parará, o pulso cessará e a respiração não virá mais pelos pulmões, assim também no dia em que Adão comeu do fruto, sua alma morreu: sua imaginação perdeu seu poder de ascender às coisas celestiais e ver o céu, sua vontade perdeu para sempre seu poder de escolher aquilo que é bom, seu julgamento perdeu toda a sua habilidade de julgar entre o certo e o errado decidida e infalivelmente, ainda assim algo foi retido na consciência: sua memória tomou-se corrompida, propensa a reter coisas pecaminosas, e a deixar as coisas virtuosas deslizarem para longe todo poder que ele tinha cessou quanto a sua vitalidade moral. A bondade era a vitalidade do seu poder - isso se foi. Virtude, santidade, integridade: estas eram a vida do homem, e quando elas se foram o homem tornou-se morto. E agora, todo homem, no que concerne as coisas espirituais, "está morto em delitos e pecados". A alma não esta menos morta num homem carnal do que o corpo quando depositado no túmulo: ela esta real e positivamente morta - não se trata de uma metáfora, pois Paulo não fala por metáforas quando afirma: "Ele vos vivificou estando vós mortos nos vossos delitos e pecados".


Mas, meus ouvintes, oxalá eu pudesse pregar tudo aos seus corações a respeito deste assunto. Foi suficientemente ruim quando eu descrevi a morte como tendo sido decretada: porém, agora eu falo disso, como tendo de fato acontecido nos seus corações. Vocês não são o que eram antes: não são o que eram em Adão, nem o que foram gerados. O homem foi criado puro e santo. Vocês não são as criaturas perfeitas das quais alguns se gloriam, todos são totalmente caídos, todos se desviaram do caminho, tomando-se corruptos e sujos. Oh, não ouçam o canto da sereia daqueles que falam da dignidade moral e do elevado estado de vocês no tocante a salvação. Vocês não são perfeitos: a palavra tão forte - "ruína" - está escrito em seus corações: e a morte está selada em seus espíritos.


Não imagine, ó homem moral. que poderá ficar de pé diante de Deus em sua moralidade, pois você não é mais do que uma carcaça embalsamada em legalismo, um defunto enfeitado em finas roupas, porém ainda corrupto na presença de Deus. E não pense, o possuidor de religião natural, que poderá pelo seu poder e forca fazer-se aceitável a Deus. Ó homem, você esta morto e poderá vestir a morte tão gloriosamente como quiser porém, ainda assim, isso seria uma farsa solene. Ali está a rainha Cleópatra - coloque sobre a sua cabeça a coroa vista-a com mantos reais, deixe-a sentar com pompa: mas, que calafrio você sente quando passa por ela. Hoje ela é bela, até na sua morte - mas quão terrível e ficar em pé junto desse corpo, mesmo que seja de uma rainha morta, tão celebre pela sua majestosa beleza! Portanto, você poderá ser glorioso em sua beleza, agradável, maravilhoso e bondoso! Você coloca a coroa de honestidade sobre a sua cabeça. Usando todas as vestes de honra, mas a não ser que Deus o tenha vivificado, o homem, a não ser que o Espírito tenha tratado com a sua alma, você é tão detestável aos olhos de Deus como o corpo frio lhe é repugnante. Você não escolheria viver com um morto assentado a sua mesa. E Deus não tem prazer em que você esteja diante de seus olhos. Ele Se ira com você todos os dias, pois esta em pecado - está morto. Oh. creia nisso, leve-o a serio! Aproprie-se disso, pois é bem verdade que está morto, tanto espiritualmente como legalmente.


MORTE ETERNA NO INFERNO
O terceiro tipo de morte é a consumação dos outros dois. É a morte eterna. É a execução da sentença legal; e a consumação da morte espiritual. A morte eterna e a morte da alma; isto acontece depois da morte física, após a alma ter saído do corpo. Se a morte legal e terrível e por causa das suas conseqüências; e se a morte espiritual e horrível, e por causa daquilo que acontecerá depois. As duas mortes da qual falamos são as raízes, mas a morte que advirá é a arvore em plena frutificação!


Oh, se eu tivesse palavras para descrever a você neste momento o que é a morte eterna. A alma compareceu diante do seu Criador; o livro foi aberto; a sentença foi declarada: " apartai-vos malditos". O universo foi sacudido, e tomou as próprias galáxias obscurecidas com a desaprovação do Criador; a alma se foi as profundezas onde habitara com outras na morte eterna. Oh quão terrível e a sua posição agora. Seu leito é um leito de chamas: as visões que ela tem são horrendas horripilam-na; os sons que ouve são gritos, lamentações choros, e grunhidos; tudo que o seu corpo conhece é a imposição de dores lancinantes! Ele tem o inexprimível infortúnio da miséria não mitigada. A alma olha para baixo com medo e pavor; o remorso toma posse dela. Ela olha para sua direita. e as paredes inflexíveis da ruína a mantém dentro dos limites da tortura. Olha para sua esquerda, e ali o baluarte de fogo ardente impede a escalada de qualquer imaginado escape. Olha para dentro de si e ali procura por consolação, mas um verme torturante já penetrou nela. Ela olha em volta não tem amigos que a ajudem, nem consoladores, e sim atormentadores em abundância. Não conhece a esperança da libertação; já ouviu o eterno ferrolho do destino fechando a porta da terrível prisão, e viu Deus tomar a chave e jogá-la nas profundezas da eternidade para nunca mais ser achada. Sem esperança, desconhece escape, não conjectura libertação; suspira pelo fim, mas a morte é por demais um adversário para ali estar; deseja ardentemente que a não existência a possa tragar, mas esta morte eterna é pior do que o aniquilamento. Anseia pelo extermínio como trabalhador pelo seu dia de descanso; deseja profundamente que possa ser engolida pelo nada, assim como o escravo da galé deseja sua liberdade qual nunca chega. Está eternamente morta. Quando a eternidade tiver dado incontáveis voltas a alma perdida ainda estará morta. "Para todo o sempre" não conhecerá fim; a eternidade não pode ser soletrada a não ser na eternidade. No entanto, a alma vê assento sobre a sua cabeça; és maldita para sempre". Ela ouve gritos que serio perpétuos; as chamas que são inextinguíveis; conhece dores que não terão alivio; ouve uma sentença que não ruge como um trovão da terra que logo cessa porém, continua sempre e sempre, retinindo os ecos da eternidade - fazendo milhares de anos tremer outra vez com o terrível estrondo do seu pavoroso ruído; "Apartai! Apartai! Apartai malditos''! Isto é na verdade a morte eterna.


VIDA EM CRISTO
2. Em segundo lugar HÁ VIDA EM CRISTO JESUS, pois Ele diz: "mas não quereis vir a mim para terdes vida". Não há vida em Deus pai para o pecador; não há vida em Deus Espírito para o pecador longe de Jesus. A vida do pecador está em Cristo. Se vocês tomarem o Pai a parte do Filho, apesar de amar Seus eleitos e decretar que eles viverão, no entanto, a vida só está em seu Filho. Se tomarem Deus Espírito a parte de Jesus Cristo, apesar de ser o Espírito que nos dá vida, espiritual, contudo a vida está em Cristo, a vida esta no Filho. Não nos atrevemos, não podemos requerer vida espiritual em primeiro lugar, nem de Deus Pai, ou de Deus Espírito Santo. A primeira coisa que somos levados a fazer quando Deus nos tira do Egito e comer a Páscoa - a primeiríssima coisa.


Os primeiros meios pelos quais recebemos vida consiste em nos alimentar da carne e do sangue do Filho de Deus: vivendo nEle, confiando nEle, acreditando na Sua graça e poder.
O pensamento que estamos desenvolvendo e: há vida em Cristo Jesus. Quero mostrar-lhes que há três tipos de vida em Cristo, assim como há três tipos de morte em conseqüência do pecado.


VIDA LEGAL - SEM CONDENAÇÃO
Primeiro existe vida legal em Cristo. Assim como todo homem por natureza, considerado em Adão, teve uma sentença de condenação que passou para ele no momento em que Adão pecou e, mais especificamente, no momento de sua própria transgressão, igualmente se formos crentes e confiarmos em Cristo, houve uma sentença legal de absolvição atribuída a nós através do que Jesus Cristo fez. Ó pecador condenado, você pode estar sentado aqui hoje tão condenado como o prisioneiro em Newgate (prisão na Inglaterra) mas antes deste dia terminar poder estar tão livre de culpa como os anjos lá do alto. Há uma tal coisa como uma vida legal em Cristo, e bendito seja Deus, alguns de nós a desfrutamos. Sabemos que os nossos pecados são perdoados porque Cristo sofreu o castigo por eles. Sabemos que nunca seremos punidos porque Cristo sofreu em nosso lugar.


A Páscoa foi sacrificada a nosso favor: os umbrais e a verga das portas foram aspergidos, e o anjo destruidor nunca poderá nos tocar. Para nós não haverá inferno; suas chamas terríveis não nos alcançarão. Não importa que o Tofete tenha sido preparado desde há muito tempo, nem que sua pilha seja de madeira e haja muita fumaça, nunca iremos para lá - Cristo morreu por nós e em nosso lugar. Ainda que hajam horríveis tormentos, ou mesmo uma sentença que produza horrendas repercussões fragorosas, no entanto, nem tormento nem prisões, nem trovões são para nós! Em Cristo Jesus somos libertos agora. "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que andam não segundo a carne, mas, segundo o Espirito" (Rom. 8:1).


Pecador, você se sente legalmente condenado neste momento? Sente isso? Então, deixe-me dizer-lhe que a fé em Cristo lhe dará o conhecimento de sua absolvição legal. Meu amigo, não e nenhuma fantasia o fato de estarmos condenados por nossos pecados, é uma realidade. Portanto, tampouco é fantasia que fomos absolvidos de nossos pecados, é também uma realidade. Um homem prestes a ser enforcado, se recebesse pleno perdão sentiria isso como uma grande realidade. Ele dirá: "eu recebi total perdão, agora não posso ser tocado". É assim mesmo que eu me sinto.


"Agora livre do pecado eu ando em liberdade, O sangue do Salvador e minha completa absolvição, Aos Seus queridos pés eu me deito, Um pecador salvo, minha homenagem presto".
Irmãos, nós ganhamos vida legal em Cristo, e tal vida não podemos perder. A sentença era contra nós no passado - agora tudo mudou. Esta escrito: "portanto, AGORA NENHUMA CONDENAÇÃO HÁ PARA OS QUE ESTÃO EM CRISTO JESUS", e esse agora valerá para mim daqui a muitos anos, como o esta valendo hoje. Em qualquer tempo que estivermos vivendo, ainda estará escrito: "portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus".


VIDA ESPIRITUAL - DEFUNTO VIVIFICADO
Então, em segundo lugar, há vida espiritual em Cristo Jesus. Visto que o homem está espiritualmente morto, Deus tem vida espiritual para ele, pois não há nenhuma necessidade que não possa ser suprida por Jesus; não há vazio no coração que Cristo não possa encher: não há um ermo que Ele não possa povoar, não há deserto que Ele não possa fazer florescer como a rosa. Ó pecadores mortos, espiritualmente mortos. há vida em Cristo Jesus, pois nós temos visto - sim, estes olhos viram - os mortos viverem de novo: nós conhecemos o homem cuja visão era carnal, cujas concupiscências eram poderosas, cujas paixões eram fortes, e que de repente, por um irresistível poder do céu. consagrou-se a Cristo, e tornou-se um filho de Deus. Sabemos que há vida em Cristo Jesus, vida de ordem espiritual; sim, mas nós mesmos, em nossas próprias pessoas, temos sentido que há uma vida espiritual. Bem que podemos nos lembrar quando nos sentamos na casa de oração, tão mortos como os bancos nos quais estávamos sentados. Havíamos ouvido por muito tempo o som do evangelho, porém, nenhum efeito se seguiu, quando de repente, como se os nossos ouvidos tivessem sido abertos pelos dedos de um poderoso anjo, um som entrou em nossos corações. Pensamos ter ouvido Jesus dizer: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mat. 11:15). Um poder irresistível tocou nossos corações e espremeu deles uma oração. Nunca fizemos uma oração assim antes. Nós clamamos" Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" (Lc. 18:13).


Alguns de nós sentimos a mão de Deus nos apertando durante meses, como se tivéssemos sido apanhados num torno, e as nossas almas sangraram gotas de angústia. Essa miséria era um sinal de vida que se iniciava. Quando as pessoas estão se afogando não sentem tanto a dor como quando estão sendo restauradas. Oh, podemos nos lembrar de quando recebemos a nossa vida espiritual, tão facilmente como pode um homem que fosse ressurrecto do túmulo.


Podemos supor que Lázaro se lembrava da sua ressurreição, porem, não de todas as circunstancias dela. Portanto, apesar de termos nos esquecido de muitos detalhes, podemos nos lembrar de quando nos entregamos a Cristo. Podemos dizer a todo pecador, mesmo estando morto, que há vida em Cristo Jesus, ainda que ele esteja podre e corrupto em seu túmulo espiritual. Aquele que ressuscitou a Lázaro, também nos ressuscitou; e Ele pode dizer igualmente a você: "Lázaro, saia para fora''.


VIDA ETERNA - NUNCA PERDIDO
Em terceiro lugar, há vida eterna em Cristo Jesus. Meus amigos, se a morte eterna e terrível, a vida espiritual e abençoada; pois Ele disse, "Onde Eu estiver aí o meu servo estará"(João 12:26). "Pai, desejo que onde eu estiver também estejam comigo aqueles que me tens dado, para que vejam a minha glória" (João 17:24). "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão". (João 10:28). Ora, qualquer arminiano que pregasse sobre esse texto precisaria de lábios de borracha para esticar a sua boca, pois tenho certeza que ele não poderia falar toda a verdade sem se enrolar de um modo muito misterioso. Vida eterna - não uma vida que eles vão perder, mas vida eterna. Se eu perdi a vida em Adão, eu a ganhei em Cristo; se em Adão me perdi para sempre, em Cristo Jesus me encontro para sempre. Vida eterna! Oh, bendito pensamento! Nossos olhos reluzirão com gozo e nossas almas arderão em êxtase ao pensar que as nossas almas vão viver em alegria e gozo. Apaga seu olho, ó sol! - porém os meus olhos" verão o Rei na Sua formosura" quando esse olho solar nunca mais fizer sorrir a terra verde. E lua, toma-se em sangue! - porém o meu sangue jamais se tornará em nada; este meu espírito ainda existira quando você terá deixado de existir. E você grande mundo! - poderá desvanecer assim como a espuma desaparece de sobre a onda que a suporta, porém eu terei a vida eterna. Ó tempo! - você poderá ver montanhas gigantescas mortas ou escondidas em suas covas; poderá ver as estrelas como figos maduros caindo da árvore; mas nunca, jamais verá o meu espirito morto.


DEUS SALVA A TODOS OS QUE VÊM
3. Isto nos traz ao terceiro ponto: A VIDA ETERNA É DADA A TODOS OS QUE VÊM EM SUA BUSCA. Nunca um homem veio a Cristo buscar vida eterna, legal e espiritual, que de certo modo não a tivesse recebido, e foi lhe manifestado de que a tinha recebido logo após ter vindo. Vamos considerar um ou dois textos. "Portanto pode também salvar perfeitamente os que por Ele se achegam a Deus" (Hb. 7:25). Todo homem que se achega a Cristo, verá que Ele é capaz de salvá-lo e, não apenas capaz de salvá-lo um pouco, libertá-lo de um pequeno pecado, livrá-lo de uma pequena tribulação, carrega-lo um pouco e depois deixá-lo cair - e sim capaz de salvá-lo até a máxima extensão do seu pecado, e de suas tribulações, até ao mais profundo das suas tristezas e ao extremo da sua existência. Cristo diz a todo o que vem a Ele: "Venha, pobre pecador, não precisa perguntar se tenho poder para salvar. Eu não perguntarei quão longe foi em seu pecado; Eu posso salvá-lo completa e perfeitamente".


SOMENTE OS ESCOLHIDOS VIRÃO
Agora vejamos outros textos: "Aquele que vem a mim (notem que as promessas são quase todas aos que vêm) de modo nenhum o lançarei fora"' (João 6:37). Todo homem que vem encontrará a porta da casa de Cristo aberta - e a porta do Seu coração também. Todo homem que vem - eu digo isto no mais amplo sentido - descobrirá que Cristo tem misericórdia dele. O maior absurdo do mundo e querer um evangelho mais amplo do que aquele registrado nas Escrituras. Eu proclamo que todo homem que crê será salvo - que todo homem que vem encontrara misericórdia. As pessoas me perguntam: mas, suponha que um homem venha sem ter sido escolhido, ele seria salvo? Você está supondo um absurdo, e eu não vou lhe dar uma resposta. Se um homem não for escolhido ele nunca virá. Quando ele vem é uma prova segura de que foi escolhido. Diz outro: "Suponha que alguém vá a Cristo que não tenha sido chamado pelo Espirito". Pare, meu amigo, essa é uma suposição que você não tem o direito de fazer, pois tal coisa não pode acontecer: você só diz isso para me enredar, mas não conseguirá isso. Eu digo, todo homem que vem a Cristo será salvo. Eu posso dizer isso como um calvinista, ou como um hiper-calvinista com toda a clareza possível. Não tenho evangelho que exceda em estreiteza ao que você tem só que o meu evangelho está alicerçado sobre um fundamento sólido, ao passo que o seu está construído somente sobre ardia e podridão. Todo homem que vem a Cristo será salvo, pois, homem nenhum virá a Ele "se o Pai não o trouxer". No entanto, diz alguém: "Suponha que o mundo todo viesse, Cristo o receberia?" Certamente, se todos viessem; mas eles não virão Eu digo, todos os que vem - sim, mesmo que eles fossem tão maus quanto os demônios, ainda assim Cristo os receberia; se eles tivessem todos os pecados e imundícies derramados nos seus corações, como dentro de um esgoto comum para o mundo todo, Cristo os receberia.


EXPIAÇÃO UNIVERSAL, UMA MENTIRA
Há quem argumente: "Eu quero saber sobre o restante das pessoas. Posso sair e dizer-lhes: Jesus Cristo morreu por cada um de vocês? Posso dizer que há vida para cada um de vocês?". Não. Não poderá. Você poderá dizer que há vida para cada homem que vem; contudo, se disser que há vida para aqueles que não crêem, então, profere uma mentira perigosa. Se você lhes disser que Jesus Cristo foi punido pelos seus pecados e assim mesmo se perderão, você fala uma falsidade deliberada. Pensar que Deus pode punir a Cristo, e depois punir a eles - eu admiro do seu atrevimento em dizer isso! Um homem uma vez estava pregando e afirmou que havia harpas e coroas no céu para toda a sua congregação; e depois terminou de uma maneira muito solene: " Meus queridos amigos, muitos para quem estas coisas estão preparadas não chegarão lá ''. De fato, a sua pregação foi uma coisa tão lamentável que era para fazer chorar mas eu lhes digo por quem ele deveria ter chorado - deveria ter chorado pelos anjos do céu e por todos os santos, pois isso estragaria completamente o céu para eles.


Ouçam, meus irmãos, quando vocês se reunirem no Natal, se perderam seu irmão Davi, e o seu lugar está vazio, vocês dizem: "Bem, nós sempre desfrutamos do Natal, mas agora há um vazio - pobre Davi esta morto e sepultado!" Pensem nos anjos dizendo: "Ah, este é um céu maravilhoso, mas não gostamos de ver todas estas coroas aqui com teias de aranha! Não podemos suportar essa rua desabitada nem podemos olhar para esses tronos vazios"! E então, pobrezinhos, eles poderiam começar a falar uns com os outros, e dizer: "Nenhum de nós está a salvo aqui, pois a promessa foi - " Eu dou as minhas ovelhas a vida eterna", e há muitas delas no inferno, as quais Deus deu vida eterna também; há um número delas pelas quais Cristo derramou Seu sangue, queimando no abismo, e se elas podem ser mandadas para lá, Ele também pode nos mandar. Se não podemos confiar numa promessa, tampouco podemos confiar noutra". Portanto, o céu perderia o seu fundamento e cairia. Acabem com tal evangelho sem sentido! Deus nos da um evangelho seguro e sólido, construído sobre as promessas e relacionamentos da aliança, com propósitos eternos e cumprimentos seguros.


NENHUM HOMEM DESEJA VIR
4. Isto nos traz ao quarto ponto. POR NATUREZA, NENHUM HOMEM QUER VIR A CRISTO, pois o texto diz: "Não quereis vir a mim para terdes vida". Eu afirmo sob a autoridade das Escrituras que não querem vir a Cristo para terem vida. Eu lhes digo, poderia pregar a vocês a vida toda e tomar emprestado a eloquência de Demóstenes ou de Cícero, mas vocês na desejariam vir a Cristo. Poderia lhes implorar de joelhos, com lágrimas nos meus olhos, e mostrar os horrores do inferno e o gozo do céu, como também expor a sua própria condição de perdido e a suficiência de Cristo, porém nenhum de vocês viria a Cristo por sua própria vontade, a não ser que o Espírito de Cristo o atraísse. E verdade que todos os homens, em sua condição natural, não virão Cristo.

Parece que estou ouvindo outro destes faladores perguntando: "Mas, eles não poderiam vir se quisessem"? Meu amigo, vou lhe responder numa outra ocasião. Essa não é a questão neste momento. Eu estou falando sobre eles quererem, não sobre eles poderem. Você pode notar que quando se fala de livre-arbítrio, o pobre arminiano em dois segundos começa a falar de poder, e mistura dois assuntos que deveriam ser mantidos separados. Nós não trataremos de dois assuntos de uma só vez, pois nos recusamos a lutar com dois ao mesmo tempo. Em outra oportunidade pregaremos sobre este texto: "Ninguém pode vir a mim se o Pai não o trouxer". Entretanto, é só sobre a vontade que estamos falando agora, é certo que os homens não virão a Cristo para que tenham vida.


Poderíamos provar isso com muitos textos das Escrituras, porém usaremos uma parábola. Vocês se lembram da parábola onde um certo rei deu uma festa para seu filho, e convidou muitos a festa; os bois e os cevados foram mortos, e ele enviou seus mensageiros a chamar muitos para a ceia. Eles foram a festa? Não, não foram. Todos eles, a uma só voz, começaram a se desculpar. Um disse que havia se casado, portanto não poderia vir. E o que impediria que ele trouxesse a esposa consigo? Outro comprou uma junta de bois, e foi experimentá-los; mas a festa foi a noite, e ele não poderia experimentá-los no escuro. Outro comprou um pedaço de terra e queria vê-la; mas eu não creio que ele fosse vê-la com uma lanterna. Assim, todos apresentaram desculpas e não quiseram vir. Bem, o rei estava determinado a realizar a festa; portanto, ele disse: "Vai às ruas e becos e convida-os - espere! não convide - obriga-os a entrar", pois mesmo os pobres das ruas nunca teriam vindo a não ser que fossem compelidos.


Examinemos outra parábola. Um certo homem tinha uma vinha; no tempo determinado enviou um dos seus servos para receber o que lhe cabia do aforamento. O que fizeram com ele? Espancaram aquele servo. Ele enviou outro, e o apedrejaram. Enviou ainda outro, e o mataram. E por último ele disse: " Eu vou enviar-lhes o meu filho, a ele terão respeito". Mas o que foi que fizeram? Disseram: " Este e o herdeiro: vinde, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança". E assim fizeram. E o mesmo com todos os homens, por causa da sua natureza. O Filho de Deus veio: no entanto, os homens O rejeitaram." Não quereis vir a Mim para terdes vida".


A QUEDA - ATÉ ONDE?
Levaria muito tempo para mencionarmos outras provas das Escrituras. Vamos, no entanto, nos referir à grande doutrina da Queda. Qualquer pessoa que acredita que a vontade do homem é inteiramente livre, e que pode ser salva por meio dela, não acredita na Queda. Como, às vezes, tenho lhes dito: poucos pregadores acreditam plenamente na doutrina da Queda, ou então apenas acreditam que Adão, quando caiu, quebrou seu dedo mindinho, e não seu pescoço, arruinando assim a sua raça. Ora, amados, a Queda quebrou o homem completamente. Não deixou nenhuma capacidade inalterada; todas foram despedaçadas, degradadas e manchadas. Como um poderoso templo, os pilares podem estar ali, as colunas, até o pilar principal, mas, todos eles foram quebrados, ainda que alguns retenham suas formas e posições. Às vezes a consciência do homem retam muito a sua ternura - no entanto, esta caída. A vontade também não está isenta. Embora seja o maioral de Mansoul - conforme Bunyan o chama - o maioral erra. O senhor vontade - voluntarioso - estava continuamente errando.


A natureza caída que vocês tem foi colocada fora de ordem; sua vontade, entre outras coisas, afastou-se completamente de Deus. Eu lhes direi que a melhor prova disso: é o grande fato de que nunca encontraram um cristão, em toda a sua vida, que dissesse que ele veio a Cristo, sem que antes Cristo tivesse vindo a ele.


ORAÇÕES LIVRE-ARBÍTRIO - NÃO!
Vocês tem ouvido muitos sermões arminianos, eu ouso dizer, mas nunca ouviram uma oração arminiana - pois os santos em oração se parecem iguais em palavra, ação e mente. Um arminiano de joelhos orará desesperadamente como um calvinista. Ele não pode orar a respeito do livre-arbítrio: não há lugar para isso. Imagine-o orando: "Senhor, eu Te agradeço que não sou como esses pobres calvinistas presunçosos. Senhor, eu nasci com um glorioso livre-arbítrio: eu nasci com poder pelo qual posso me voltar para Ti por conta própria; tenho melhorado minha graça. Se todos tivessem feito o mesmo que eu fiz com a Tua graça, poderiam todos ter sido salvos. Senhor, eu sei que Tu não nos fazes espiritualmente propensos se nós mesmos não queremos. Tu dás graça a todos; alguns não a melhoram, mas, eu sim. Haverá muitos que irão para o inferno, tantos quantos foram comprados pelo sangue de Cristo como eu fui; eles tinham tanto do Espírito Santo quanto me foi dado tiveram uma boa chance, e foram tão abençoados como eu sou. Não foi a Tua graça que nos diferenciou; eu sei que ela fez muito, mas eu cheguei ao ponto desejado; eu usei o que me foi dado e os outros não - essa e a diferença entre eu e eles".


Essa é uma oração para o diabo, pois ninguém ofereceria tal oração. Ah, quando eles estão pregando e falando vagarosamente poderá haver doutrina errada: mas quando oram, a verdade escapa, eles não podem evitá-la. Se um homem fala muito devagar, ele poderá falar de modo refinado, porém, quando ele começa a falar depressa, o velho sotaque regional escapa.


E lhes pergunto: alguma vez conheceram um cristão que dissesse," Eu vim a Cristo sem o poder do Espírito"? Se alguma vez encontraram tal homem, não precisam ter a menor hesitação em dizer: "Meu querido amigo, eu realmente admito isso - e acredito também que você se afastou dEle sem o poder do Espírito, que está em fel de amargura e no laço da iniquidade".
Será que eu ouço um cristão dizendo: "Eu achei a Jesus antes que Ele me achasse; eu fui ao Espírito, e Ele não veio a mim"? Não, amados, somos obrigados; cada um de nós a colocar as mãos sobre os nossos corações e dizer:
"A graça ensinou minha alma a orar, E fez meus olhos transbordar, Foi a graça que me guardou até este dia, E não me deixam escapar."


Há alguém aqui - ao menos um - homem ou mulher, jovem ou velho, que possa dizer: "Eu procurei a Deus antes que Ele me procurasse"? Não, mesmo você que tende para o arminianismo cantara: " Oh sim! eu amo a Deus Porque Ele me amou primeiro".


Então, mais uma pergunta. Porventura não descobrimos que, mesmo após termos vindo a Cristo, a nossa alma não está livre, e sim, está guardada por Cristo? Não descobrimos que até mesmo agora, há ocasiões quando o querer não está presente? Há uma lei em nossos membros guerreando contra a lei das nossa s mentes. Ora, se esses que estão espiritualmente vivos sentem que a sua vontade esta contraria a de Deus, o que dizer do homem que esta morto em delitos e pecados? Seria um absurdo maior colocar os dois no mesmo nível; e seria ainda mais absurdo fazer os mortos precederem os vivos. Não, o texto esta certo, a experiência o imprimiu em nossos corações: " Não quereis vir a mim para terdes vida".


POR QUE NINGUÉM VEM
Agora devemos dizer-lhes os motivos pelos quais os homens não vem a Cristo. O primeiro e: porque nenhum homem por natureza pensa que ele precisa de Cristo. Por natureza ele concebe que não precisa de Cristo; pensa que possui um manto de justiça própria, que está bem vestido, que não está nu, que não precisa do sangue de Cristo para lavá-lo, que não está preto ou vermelho e que não precisa da graça para purificá-lo. Nenhum homem conhece a sua necessidade antes que Deus a mostre a ele; e até que o Espírito Santo lhe revele a necessidade de perdão, nenhum homem buscará o perdão. Eu posso pregar Cristo para sempre, mas, a não ser que alguém sinta que quer a Cristo, nunca virá a Ele. Um farmacêutico pode ter uma boa farmácia, mas ninguém comprará seus remédios até que sinta que precisa deles.
O motivo seguinte é: porque os homens gostam do modo pelo qual Cristo os salva. Um diz: " Eu não gosto porque Ele me torna santo; eu não posso beber ou blasfemar, se Ele me salvar". Outro diz: " Isto requer que eu seja tão exato e rígido, e eu gosto de um pouco mais de licença". Outro não gosta porque o" portão do céu" não é o suficiente alto para a sua cabeça, e ele não gosta de se agachar. Este é o motivo principal pelo qual vocês não virão a Cristo, porque não podem chegar a Ele com as suas cabeças firmemente levantadas no ar: pois Cristo os faz agacharem quando vocês vem. Outro não gosta que a salvação seja pela graça do começo ao fim. "Oh", ele diz: "se eu pudesse ter só um pouco de honra". Mas, quando ele ouve que tudo é Cristo. Cristo ou nada, um Cristo inteiro ou nada de Cristo, ele diz: " Eu não virei", vira-se então e vai embora. Ah, pecadores orgulhosos, vocês não virão a Cristo porque não conhecem nada sobre Ele. E esse é o terceiro motivo. Os homens não conhecem Seu valor, pois se o conhecessem, viriam para Ele. Porque os marinheiros não vieram para a América antes de Colombo? Porque não acreditavam que a América existia. Colombo tinha fé: portanto ele foi. Aquele que tem fé em Cristo vai a Ele. Todavia, vocês não conhecem a Jesus; muitos de vocês não viram Seu maravilhoso rosto; nunca viram o quanto Seu sangue é apropriado para um pecador, quão grande é a Sua expiação, e como Seus méritos são todos suficientes. Portanto" vocês não virão a Ele".


SEM DESCULPA
Oh, meus ouvintes, meu último pensamento e deveras solene. Já preguei que vocês não virão. Mas, alguns vão dizer: " É por causa dos nossos pecados que não estamos vindo". É isso mesmo. Vocês não vêm nem podem vir porque suas vontades são pecaminosas. Alguns pensam que" costura-mos almofadas para todas as cavas" quando pregamos esta doutrina, mas não o fazemos. Não vemos isto como sendo parte da natureza original do homem, porém, como pertencente à natureza decaída. É o pecado que os trouxe a esta condição, devido a qual não virão. Se não tivessem caído, viriam a Cristo no exato momento em que Ele fosse anunciado a vocês, mas não vêm por causa dos seus pecados e delitos. As pessoas se desculpam porque têm corações maus. Essa é a desculpa mais esfarrapada do mundo. Acaso o roubo e a ladroeira não provêm de um mau coração? Suponha que um ladrão dissesse ao juiz: " Eu não pude evitá-lo, eu tinha um mau coração". O que diria o juiz?" Patife! se seu coração é mau então farei a sentença mais pesada, pois de fato você é um vilão. Sua desculpa não e nada". O Todo-Poderoso vai rir deles, e os terá em escárnio. Nós não pregamos esta doutrina para desculpá-los, e sim para torná-los humildes. Possuir uma má natureza é tanto minha culpa como minha terrível calamidade.


É um pecado que será cobrado do homem. Quando eles não vêm a Cristo é o pecado que os mantém afastados. Aquele que não prega isso, duvido que seja fiel a Deus e à sua própria consciência. Vai então para casa, meu amigo, com este pensamento: " Eu sou por natureza tão perverso que não virei a Cristo, e essa perversidade da minha natureza é o meu pecado. Eu mereço ser lançado ao inferno por isso". E se este pensamento não humilhar, o Espírito usando o mesmo, nada poderá fazê-lo. Na pregação de hoje eu não exaltei a natureza humana, porém rebaixei-a. Deus nos humilhe a todos.

Amém!

domingo, 6 de dezembro de 2009

"Eu era bom e é assim que você me paga?"

Como sempre, tenho de dizer que o grande problema de muitos de nós que cresceram na igreja é a falta de compreensão das Escrituras.

Bendita falta de compreensão, ou talvez, maldita mesmo? Infelizmente, depois de todas as aulinhas das nossas Tias no cultinho infantil, depois de todas as aulas da Escola Bíblica Dominical, depois de todos os sermões que escutamos nos cultos e depois de algumas, ou até mesmo parcas, leituras da Bíblia, continuamos acreditamos que o Evangelho é algo positivado, é algo que se resume em cumprir certos mandamentos do tipo: "isso é certo, aquilo é errado. Faça isso, não faça aquilo".

Assim, passamos nossas vidas todas pautados nessas orientações. Tomo meu o exemplo. Nunca bebi. Passei minha vida inteira sabendo que beber não é correto. Sempre fui aos cultos dominicais e participei das programações da Juventude. Cresci achando que eu era correto por não fazer nada daquilo que me diziam ser errado.

Entretanto, ao mesmo tempo, sempre achei que, por causa disso tudo, Deus tinha de me dar aquilo a que tanto desejava, assim mesmo, como um verdadeiro Gênio da Lâmpada. Não deixava de fazer tudo aquilo pela minha consciência de que aquilo desagradava a Deus, mas deixava de fazer porque acreditava que deixando de fazer tudo aquilo eu seria "recompensado" por Ele. Em virtude disso, todas as vezes que meu coração, vale dizer não regenerado, desejava algo, todas as vezes que meus olhos gulosos se enchiam de desejo por algo, talvez uma namorada, uma boa nota, passar numa prova, ganhar uma competição, não adoecer às vésperas de uma viagem esperada, e, ainda que eu fizesse tudo aquilo que me diziam ser bom, que me diziam agradar a Deus, muito embora eu não pecasse nisso ou naquilo outro, caso eu não conseguisse aquilo a que tanto queria, em meu coração um questionamento ecoava: "eu era bom e é assim que você me paga?". Essa pergunta não era dirigida a um zé ninguém ou a um amigo qualquer, mas ao próprio Rei dos Reis, ao Grande EU SOU, ao Criador soberano de todo o universo. Acredito que não só eu, mas muitos de vocês já passaram por isso. "Senhor, por que meu amigo morreu? Por que isso só acontece comigo? Por que eu não posso ter uma namorada como a do fulano que é tão pecador, já que ele bebe, mente, fale palavrões, não estude, seja preguiçoso, egoísta. Por quê?!".

Esse questionamento só mostra o quanto muito longe de bons nós somos, o quanto pouco compreendemos acerca das escrituras, como cheios de nós e cheios de uma auto-justiça, como somos cegos e egoístas, como tudo ao nosso redor só existe por causa de nós mesmos. Vendo por essa perspectiva, percebemos que, muitas vezes, nós não servimos a Deus, mas queremos que Ele é que nos sirva. E por causa desse nosso desejo profundo de ver todos os nossos "sonhos realizados" é que muitas vezes, também por não compreendermos o real sentido de regeneração, deixamos de lado, voluntariamente, os verdes pastos e pulamos de cabeça no vale da sombra da morte, porque não queremos interpretar corretamente o Salmo 23, já que queremos sempre gritar "O Senhor é meu pastor e nada me faltará", ao invés de cantar "O Senhor é meu pastor e de nada mais terei falta".

Ante a frustração de não ver nosso desejos realizados e em razão de não compreendermos as verdades bíblicas, muitas vezes nos decepcionamos com Deus e passamos a entregar a nossas carnes tudo aquilo que nos falaram para não fazer. É, meus amigos, se isso já aconteceu com vocês, tenham certeza que já aconteceu comigo. Então, lá eu estava, como muitos dizem por aí, "desviado".

Queria com essas palavras alertar ao perigo de tentarmos usufruir os favores do Rei, em vez de entregar a Ele tudo que somos e, assim, amá-lO acima de tudo e render-Lhe a verdadeira, autêntica e sincera adoração. Porque se apenas o adoramos para nossa satisfação, nós, de fato, nunca o adoramos. Porque se eu deixo de fazer isso ou aquilo simplesmente porque me falaram que era errado sem que haja nenhuma profunda reflexão se agrada ou não a Deus, inevitavelmente vou cair na armadilha ardilosa do inimigo e, de uma hora para outra, aquilo que eu não fazia porque era "errado" passa a ser minha rotina, meu cotidiano, minhas práticas diárias.

Por fim, CUIDADO COM O CRISTIANISMO LEGALISTA, CUIDADO COM O CRISTIANISMO DE PRÁTICAS REITERADAS, CUIDADO COM O CRISTIANISMO SEM REFLEXÃO, CUIDADO COM O CRISTIANISMO AUTOCENTRADO NO HOMEM, porque no final pode ser que ele seja qualquer coisa, exceto cristianismo.

Ah, não deixem de assistir ao vídeo do Matt Chandler sobre esse assunto. Trata basicamente do mesmo assunto. O Título do post foi tirado de uma das frases do vídeo.

No mais, combatam o bom combate, acabem as suas carreiras e guardem a fé!

Em amor sincero,
Esdras - sinner and guilty


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Que azar, Ele nasceu antes de Freud!

Achei esse texto muito bom, e bem simples, também do blog do Josemar Bessa, sobre um problema tão comum nas nossas igrejas.

QUE AZAR, ELE NASCEU ANTES DE FREUD!

A igreja, como uma grande esponja, suga gulosamente as teorias de um mundo sem Deus. Tentando conciliar o inconciliável. Veja, por exemplo, alguns pontos de vista fundamentais popularizados pela psicologia.


1. A natureza humana é basicamente boa.


2. As pessoas possuem em si mesmas as respostas para seus prloblemas.


3. A chave para se entender e corrigir as atitudes e ações de uma pessoa reside em algum ponto do seu passado.


4. Os problemas de uma pessoa resultam de algo que alguém fez a elas.


5. Problemas profundos só podem ser resolvidos por conselheiros profissionais que usam terapia.


6. As Escrituras, a oração e o Espírito Santo são recursos simplistas e inadequados par a resolução de certos tipos de problemas...


Tantos outros pontos poderiam ser acrescentados a esta lista, como - A culpa como a raiz do problema da alma humana, e não o pecado - Apesar de podermos acrescentar muitos pontos mais, nenhum deles poderá ser conciliável com a verdade Bíblica.


Eu li a pouco tempo, sobre uma "clínica" evangélica voltada para o tratamento de "cristãos" com problemas de obsessão sexual, levando a lascívia, fornicação, infidelidade,...


Os "especialistas" responsáveis por esta clínica, diziam que o problema era muito complicado. Que esse tipo de coisa necessita de um aconselhamento, de uma terapia prolongada. Que é necessário que essas pessoas procurem uma "igreja tolerante". Que o tratamento dos traumas que levaram aquelas pessoas a compulsão sexual, fornicação... era longo.


Podemos imediatamente lembrar de Cristo falando a mulher que foi pega em adultério, ou a samaritana que tinha tido vários maridos e o que tinha naquele momento não era dela - "Vai e não peques mais".Eu sei; muitos dirão que Jesus está sendo simplista - Ele não compreende a sofisticação dos problemas da alma humana. Ele não sabe sobre os traumas do passado que levaram essas nulheres a essa situação; as feridas que lhes foram impostas - quem sabe, pelo pai, ou mãe, ou irmãos... É por isso que a palavra de Cristo a elas é "simplista" aos olhos de muitos. Falar para pessoas com traumas tão grande sobre uma água que Ele podia dar, que jorraria para a vida eterna - Que "simplista" e insuficiente isso é aos das novas teorias. Elas precisavam de um longa terapia, de um tratamento longo, um processo longo de cura interior...


Talvez Cristo tenha sido muito simplista. E por quê? Porque Ele teve o azar de "nascer" antes de Freud e não teve acesso aos segredos da alma humana que agora nós temos.


Que tragédia, quando a fonte do conhecimento e direção da igreja já não é Deus e a Sua Palavra.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Verdade Acima da Unidade

Publico o seguinte texto que li no blog do Josemar Bessa ( http://josemarbessa.blogspot.com ).
Deve nos fazer refletir, e bastante. Até que ponto comprometeremos a verdade em favor da (pretensa) união? Será que talvez não estejamos tentando evitar o inevitável?
Que Deus nos ajude a sermos fiéis e sábios ao nos perguntarmos essas questões. Só Ele poderá nos fornecer a resposta certa. Que sejamos corajosos para sustentar aquilo que Deus colocar em nosso coração, rejeitando qualquer forma de comodismo.

A VERDADE ACIMA DA UNIDADE
Martinho Lutero

Esse tesouro é tão valioso que nenhum coração humano é capaz de compreendê-lo (razão por que também requer uma luta maior e mais intensa), e não se deve menosprezá-lo, como o mundo e algumas pessoas insensatas fazem: "Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade". (2Co 13.8).
Dizem assim: A gente não deve brigar tanto por causa de um artigo de fé, etc., e, por causa disso, dividir a cristandade, pecando contra o amor. Ao contrário, dizem eles mesmos que a gente erra num pequeno ponto, mas concorde no restante, bem que se pode amolecer e fechar um olho, visando preservar a união ou unidade cristã e fraterna.
Não, meu caro amigo, não me venha com conselhos sobre paz e unidade que resultem em perda da palavra de Deus. Pois, com isso, perder-se-ia também a vida eterna e tudo mais. Aqui não se pode amolecer e rejeitar as coisas a bem de você ou a de qualquer outra pessoa. Pelo contrário, todos, amigos ou inimigos, devem dar lugar à palavra. Pois a palavra não nos foi dada para promover paz e unidade exterior ou terrena, mas para conduzir à vida eterna.
A unidade ou comunhão cristã deve ser fruto das palavra ou da doutrina. Onde houver acordo e unidade na palavra ou na doutrina, o resto virá automaticamente. Se não houver concórdia na palavra ou na doutrina, nenhuma unidade será duradoura.
Por isso, não me venha com essa história de amor ou amizade quando se pretende passar por cima da palavra e da fé. Pois está escrito que a palavra, e não o amor, nos traz a vida eterna, a graça de Deus e todos os tesouros do céu. (2Co 13.5-10).

P.S.: Acabei encontrando este vídeo que também toca neste assunto. Fiquei muito feliz porque ele é bem bíblico e nos alerta para algo em que, julgo eu, as igrejas contemporâneas mais têm falhado. Não é surpresa ver o estado do evangelicalismo mundial e brasileiro. Infelizmente, o vídeo está só em inglês, sem legendas.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Não Desperdice seu Púlpito

"A melhor maneira de desperdiçar seu púlpito é pregar seus próprios pensamentos, em vez de pregar os de Deus."

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Cuidado boquinha o que fala (Músicas "Infantis", Parte I)

Há uma música cantada por crianças, em colégios evangélicos ou nas Escolas Bíblicas das Igrejas que diz assim:

“Cuidado boquinha o que fala
Cuidado boquinha o que fala
O Salvador do céu está olhando pra você
Cuidado boquinha o que fala

Cuidado mãozinha no que pega
Cuidado mãozinha no que pega
O Salvador do céu está olhando pra você
Cuidado mãozinha no que pega (...)”

E assim segue, falando, ainda, “cuidado pezinho onde pisa” e “cuidado olhinho o que vê”.
Li certa vez que tal canção havia sido banida – sim, banida -, porque não possuiria “uma boa fundamentação pedagógica, pois vendia a idéia de um Deus repressor que está nos vigiando o tempo todo, sempre pronto para nos punir.”. (http://www.comunidadego.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=49&Itemid=1)
Confesso que tal afirmação chamou minha atenção – e não num bom sentido. Explico (ressaltando que a minha crítica não é ao autor da frase acima, mas ao que ela representa.).
Em primeiro lugar, Deus está nos vigiando, olhando atentamente para nós, o tempo todo. Provérbios 15.3 é especialmente enfático a esse respeito, quando diz que “Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” (cf. Pv 5.21, Is 40.27, Sl 139.1-16, Jó 34.21, Hb 4.13, etc.). Assim, a afirmação de que “o Salvador do céu está olhando pra você” é bíblica. Deus nos vê, o dia todo, todos os dias. Deste modo, o aviso que a música traz, “cuidado”, é especialmente bem-vindo. Às vezes nos esquecemos de que Deus tudo vê. Na verdade, até sabemos que Deus tudo vê, mas não nos lembramos que o Deus que é Santo, Santo, Santo (Is 6.3, Ap 4.8) é quem tudo vê. E que, muito embora nos ame, odeia nosso pecado. Portanto, devemos nos portar de maneira condigna com a vida para a qual fomos chamados (Ef 4.1), e não (só) por medo, mas (também) porque, tendo sido regenerados, trilhamos outro caminho, possuindo Cristo como alvo. Demais disso, Deus nos ordenou que sejamos santos, porque Ele é santo (Lv 11.44, 19.2, 20.7, Cl 1.12, I Pe 1.15-16).
Além disso, Deus também pune. Ele é um justo juiz (Sl 7.11). Mais precisamente, Ele é o justo juiz (Sl 75.7). Deus pune as ações do homem incrédulo, como fez no dilúvio e em Sodoma e Gomorra. E, conquanto perdoe os pecados daqueles que se arrependem, disto não decorre o desaparecimento das conseqüências do pecado, como, p.ex., a proibição feita a Moisés de entrar na terra prometida. Deus está sempre pronto a perdoar. Mas, como a justiça é essência de Seu próprio caráter, Ele pune o pecado.
Por fim, Deus também reprime. A idéia inserta em “reprimir” é, creio, proibir. Assim Deus nada proibiria, não sendo “repressor”. Tal idéia é, também, incorreta. As Sagradas Escrituras são chamadas diversas vezes, em seu próprio texto, de lei (Dt 17.19, Sl. 1.2, Jo 15.5, dentre inúmeras outras passagens). A Bíblia, portanto, não revela uma opinião de Deus, que pode ou não ser observada, mas a vontade dEle, que deve ser cumprida. O Senhor não entregou a Moisés dez sugestões, mas dez mandamentos. É bem verdade que o só fato de a lei existir não implica no seu cumprimento pelos sujeitos que devem obedecê-la (a norma prevê um dever, não um ser). Mas isto não a descaracteriza como sendo obrigatória.
Deus está sempre com os olhos sobre nós, vendo cada passo, cada gesto, cada palavra, cada pensamento não pronunciado. Este fato, muito embora possa gerar medo e vergonha, é também razão de consolo. J. I. Packer disse que “Há um conforto indescritível – o tipo de conforto que nos estimula, seja dito, e não debilita – em saber que Deus está constantemente atento a mim com amor, e velando por mim para meu benefício.” (PACKER, J. I. O conhecimento de Deus. Traduzido por Cleide Wolf. São Paulo: Mundo Cristão, 1996, p. 50.) No Salmo 139, após o autor afirmar categoricamente que nunca estará longe do Senhor, de modo algum reputa isto por algo ruim. Muito ao contrário. Nos versos finais ele manifesta o desejo de que Deus o conheça, o sonde: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.”
O Salvador do céu está olhando para nós. Louvores a Ele por isto.


Caio

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Evangelismo Decisionista

"Eu vou orar, e se você concordar com a minha oração, aperte a minha mão."
"Jesus te ama e tem um plano maravilhoso para a sua vida."
Que outras frases ilustrariam a foto acima?

O evangelismo decisionista convence as pessoas de que elas realmente aceitaram a Jesus, ainda que nada tenha sido falado sobre pecado, inferno, a depravação do homem, a necessidade de misericórdia, perdão, graça... O valor da morte de Deus, o Filho... Na maioria das vezes, se fala que com Jesus, sua vida será melhor. Não que esta afirmação seja errada, mas expõe a mensagem de maneira incompleta, destruindo o Evangelho. Isto traz 2 problemas:
1) Em que sentido se diz isso? Aceitar a Jesus traz satisfação, alegria incomparável, conhecimento da verdade, comunhão com o amoroso Criador dos céus e da terra, que te ama desde antes da fundação do Universo - alegrias acima de qualquer imaginação. Mas, por outro lado, traz perseguições, difamações, humilhações e, enquanto se vive na Terra, a certeza de dificuldades.
2) Faz as pessoas acreditarem que são salvas e, como não recebem maiores instruções (já que quem evangeliza dessa forma não é lá muito afeito a estudar a Bíblia e proclamar a pura verdade), elas vivem como bem entendem. E então, não há crescimento em santidade, não há maior busca por Deus, não há conversão verdadeira. As pessoas passam a vida acreditando que são salvas por terem feito a oraçãozinha com o Evangelista, Apóstolo, Bispo ou Pastor Fulano de Tal e, quando menos perceberem, ouvirão de Jesus: "Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mateus 7:23)
Cuidemos para que esta enganação não continue em nosso meio! Não sejamos cúmplices deste evangelismo que envia as pessoas direto ao inferno. E, como Paul Washer diz: "Se você foi evangelizado por este método e hoje é salvo, não se engane: você não foi salvo por causa dele, você foi salvo apesar dele."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Será que vale a pena lutar? John McArthur

Depois de ler o post do Marcos, acessei o site que ele indicara, deparando-me com o seguinte escrito de autoria do grande John McArthur. Para quem ainda não o conhece, aproveite a bela oportunidade.
Que Deus a todos abra os olhos e nos coloque na nossa própria e merecida posição:em sua dependência completa!


"Nenhuma idéia é mais politicamente incorreta hoje entre os evangélicos do que a antiga noção fundamentalista de que vale a pena lutar pela verdade, incluindo as proposições essenciais da doutrina cristã. Na verdade, muitos acreditam que as discussões sobre as crenças religiosas são as mais inúteis e arrogantes de todos os conflitos. Isso pode ser verdade, e, é verdade em casos onde as opiniões humanas são a única coisa em jogo. Mas onde a Palavra de Deus fala claramente, temos o dever de obedecer, defender e proclamar a verdade que Ele nos deu, e devemos fazer isso com uma autoridade que reflete a nossa convicção de que Deus falou com clareza e finalidade. Isto é particularmente crucial em contextos onde as doutrinas fundamentais do cristianismo bíblico estão sob ataque.


Aliás, as verdades fundamentais das Escrituras, estão sendo atacadas. A própria Escritura ensina claramente que o principal campo de batalha onde Satanás luta contra Deus é o ideológico. Em outras palavras, a guerra espiritual de cada cristão está engajada em primeiro lugar, em um conflito entre a verdade e o erro, e não apenas em uma concorrência entre as coisas boas e más. O objetivo principal da estratégia de Satanás é confundir, negar a verdade, corromper, e isso significa que a batalha é muito grave. Ser capaz de distinguir entre a sã doutrina e o erro deve ser uma das maiores prioridades de cada cristão, como deve ser defender a verdade contra o falso ensino.


Tomar tal posição hoje, entretanto, é desafiador e você será repreendido por vozes dizendo que você está fora de linha e que precisa ficar quieto. A metáfora “guerra” simplesmente não funciona em uma cultura pós-moderna, eles insistem. Epistemologias pós-moderna começam e terminam com o pressuposto de que qualquer questão sobre o que é verdadeiro ou falso é meramente acadêmica. Nossas diferenças são, em última análise, triviais. Apenas o tom da nossa discussão não é trivial. Cada sugestão da militância é considerada inadequada nestes tempos de sofisticação.


Tomar uma posição para a verdade foi impopular no primeiro século. Mas isso não impediu os apóstolos de confrontar o erro.


Considere o apóstolo Paulo, por exemplo. Paulo foi certamente justo com seus adversários no sentido de que ele nunca deturpou o que eles ensinaram. Mas Paulo claramente enxergando seus erros em que eles estavam, chamou-os de forma adequada. Ele falou a verdade. Em seu estilo de ensinar todos os dias, Paulo falou a verdade suavemente e com a paciência de um pai de amoroso. Mas quando as circunstâncias o justificavam um forte tipo de franqueza, Paulo falava muito francamente, às vezes até com sarcasmo (1 Coríntios 4:8-10). Como Elias (1 Reis 18:27), João Batista (Mateus 3:7-10), e até mesmo Jesus (Mateus 23:24), ele também empregou escárnio eficaz e adequado, para destacar o ridículo do erro grave (Gálatas 5:12).


Paulo não parece sofrer da mesma escrupulosa angústia que faz com que muitas pessoas hoje caiam em erros; a idéia do apóstolo da “gentileza” não era o tipo de benevolência do falso. Nós nunca vemos convidando os falsos mestres em erro religioso para o diálogo, nem ele aprovaria essa estratégia. (Gálatas 2: 11-14).


Paulo compreendeu que vale a pena lutar pela verdade. Ele defendia a verdade, mesmo quando ela era impopular para fazê-lo."

John MacArthur

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Lutar pela verdade ou continuar deitado no sofá?

Galera, me senti muito identificado com este post do blog Fé Reformada, o qual eu recomendo. Muitas vezes nós não fazemos a vontade de Deus, ou com medo dos homens, ou porque estamos tão confortáveis que não temos nem iniciativa de talvez imaginar fazer algo para mudar, reformar, melhorar a Igreja. Acho que ninguém discordaria de que, quanto mais perto da Bíblia está uma igreja, mais cumpridora dos propósitos de Deus, mais fiel a Ele, mais cheia de vida!
Temos nós coragem de lutar pela verdade? Confiamos na soberania de Deus?! Sabendo que a obra não depende de nós, mas sim unicamente da ação do Espírito Santo por meio de nossa vida, nossa pregação, nosso testemunho.
Eis o link:
http://fereformada.wordpress.com/2009/10/07/sera-que-vale-a-pena-lutar-pela-verdade/

Grande abraço!
Marcos

sábado, 3 de outubro de 2009

Galeria de Homens de Deus


Uma galeria com homens importantes!

Dou um doce de batata doce para quem me dizer os nomes desses distintos cristãos.

A PAZ!
Esdras

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Evangelho tem sido loucura?

Amados amigos
Logo depois de minha conversão ter realmente acontecido, passei a devorar a Escritura. Em minha sede, conheci muitas das verdades bíblicas, apaixonando-me pela doçura da Palavra ("Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel à minha boca." Sl 119.103). Entretanto, meu paladar ainda se acostumando com o mel, deparava-se, às vezes, com a amarga constatação de que ainda havia muito de impuro em minha vida, muito de vazio, relembrando minha condição pecadora.
Embora haja passado alguns anos daquele tempo, ainda sinto minha boca amarga, minha mente cansada e minha alma em pranto. É que me deparando com um versículo, percebo o quão conformada tem sido minha vida com esse presente século!
O apóstolo Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios (ou, para aqueles mais nerds, a segunda carta, já que, possivelmente, a primeira houvera se perdido), afirma que a mensagem de Deus não pode ser compreendida pelos mortos-vivos, por aqueles que ainda não experimentaram o maravilhoso agir do Senhor, porque somente conseguem ver o que seus olhos míopes enxergam, considerando, portanto, essa história loucura. Em seu orgulho, em sua racionalidade, em seu humanismo autocentrado, em sua vaidade, a história do Deus-homem, do Cordeiro santo é absurda, surreal, dadaísta, sem sentido. Ora, por que cargas d'água EU precisava de salvação? Como assim Deus existe, se eu não o vejo?
A cidade de Corinto era famosa pela sua riqueza e cultura, pela sua filosofia desenvolvida, pelos seus grandes feitos. Estavam tão cheios de si, que não viam o poder de Deus: "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus." I Co 1.18.
"Loucura! Loucura! Loucura!" Gritavam os corintios. "Esses caras são loucos! Como podem adorar esse deus? Como podem acreditar que o Universo fora criado em 6 dias. Como podem acreditar que a mulher veio de uma mísera costela de um homem? E lá serpentes falam? Até parece que um homem construiria uma arca que de tão grande nela caberia um casal de cada espécie."
Ou, num contexto atual: "como assim vocês acordam cedo todos os domingos para ir ao culto? Vocês realmente não transam antes do casamento? Não brinca que vocês não vão para festinhas e beijam quem vocês desejarem? Para que perder tempo lendo um livro tão ultrapassado? Esse lance de casamento é coisa do passado. Viver para outra pessoa é a maior bobagem, vivam para si mesmos."
Mas por que eles não veem que tudo isso tem um sentido? Porque estão mortos espiritualmente. Porque, infelizmente, são escravos do pecado, autocentrados neles mesmos, preocupados em como satisfazerem seus próprios e mesquinhos desejos.
Mas a Palavra de Deus diz que, diferente do que os "outros" acham, para nós, os nascidos de novo, as Escrituras são a revelação da GLÓRIA de DEUS! A revelação do Poder, do Amor, da Graça, da Misericórida, expressão mais fiel do sentimento dEle por mim e por você.
"Está bem, até agora eu entendo o que você está falando, Esdras, mas ainda não entendi o que isso tem a ver com aquele gosto azedo que teima em continuar em sua boca."
Meu amigo, é que, às vezes, minha vida não aparenta ser loucura para as pessoas ao meu redor, ao contrário, muitas vezes, está tão parecida com o que esse mundo aceita, que ninguém acha que eu sou um "discípulo do Caminho", justamente porque não faço qualquer diferença àqueles mortos-vivos.
Infelizmente, eu me vejo vivendo uma vida que de nada se diferencia do mundo. Talvez os meus sonhos, meus planos sejam os mesmos que os de qualquer outra pessoa que não conhece a Deus. Talvez minhas atitudes, meus gestos, minhas falas denunciam minha semelhança com esse mundo. Talvez tenho amado esse mundo do mesmo jeito que o resto das pessoas, enquanto a Palavra, que deveria ser LOUCURA para os que perecem, isto me diz : "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." I Jo 2.15.
Velhos, eu decidi escrever isso para que, em meio a doçura libertadora da Palavra, seja-lhes revelado nossa real condição, que, infelizmente, tem sido amarga. Meu questionamento a vocês nesse momento é: sua vida tem sido loucura para os seus amigos que ainda não se entregaram a Deus ou, ao contrário, tem se amoldado por aquilo que massifica as vidas dos perdidos? Vocês têm vivido a vida de forma a expressar o Poder e a Glória de Deus ou vocês estão conformados com esse mundo, com esse presente século?
Irmãos, preguemos e verdadeiramente vivamos a Cristo, porque é o Poder e a Sabedoria de Deus (I Co 1.25): "Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. (...) Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes." I Co 1.25,28.
Sejam loucos, meus irmãos, para esse mundo, porque essa loucura é mais forte do que qualquer homém sábio.
Que Deus livre as nossas vidas dessa amarga sensação de não estarmos, de fato, expressando nossa loucura a esse mundo.
A PAZ!
Esdras.

sábado, 26 de setembro de 2009

Chegou a hora da Igreja do Senhor acordar desse sono!

Amados
Impreesionante como Deus nos usa. Essa constatação constantemente me deixa atônito, sem palavras, imerso em meus pensamentos. Como assim?! Eu tão sujo, tão pobre, tão pecador sou usado pelo Santo dos Santos, pelo Rei dos reis. Mas, meu irmão, é isso que Deus quer fazer de nossas vidas. Ele quer dar-nos sentido, instrumentalidade, uso. Ele quer a sua vida e a minha vida para a Honra e Glória dEle.
Acredito que nós apenas precisamos deixar isso acontecer...
Há algum tempo, minha vida tem sido desconstruída. Tenho passado a experimentar coisas que eu outrora não sentia. Isso me faz pensar a respeito de quanto e quanto tempo eu vivi meu cristianismo sem muita vida. Hoje, olho para trás e me parece que estive dormindo esse tempo todo. Minha sensação é de ter fechado meus olhos e dormido um sono profundo.
Sabe quando a gente viaja de carro e adormece? Então, é essa a sensação. É como se eu estivesse dormido e deixado alguém dirigir o carro e me levar para onde quisesse. Se, ao menos, esse motorista fosse Deus, acho que esse sono seria um revigorante, um que tira o cansaço, que proporciona vida. Agora se quem estivesse na direção não fosse Deus, mas minha própria carne? Velho, é esse aí o problema. Tenho certeza de que quem estava na direção não era Deus, era tudo aquilo que Ele reprovava. Por isso, a minha sensação é de que o meu eu-cristão estava constantemente sonolento, perdendo todas as batalhas contra a carne, o mundo e o diabo.
Diante dessa constatação, o meu grito de guerra é, em uma só voz com a do Apóstolo Paulo: "já é hora de NOS despertarmos do sono, porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos" (Rm 13.11).
Vivamos, então, um cristianismo desperto! Desperto para as coisas do Reino. Desperto para o amor a Deus e o amor ao próximo. Desperto para o evangelismo. Desperto para o serviço. Desperto para o estudo da Palavra. E, principalmente, desperto para a Glória do Deus Vivo!
Velho, já estamos mais próximos de nossa salvação. Continuemos, pois, buscando-a!
Que o Espírito Santo de Deus continue inflando nossos pulmões de VIDA e ENERGIA para nos retirar desse sono profundo e letárgico que não nos permite ver a vida espiritual com clareza.
A PAZ!
Esdras.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um Começo!

Amados
Sejam todos bem-vindos a esse espaço. Que Deus coloque em seus corações, cada vez mais, o desejo de se alimentarem da Sã Doutrina.
Espero que esse blog seja muito bem utilizado para o crescimento mútuo da Igreja de Deus!
Como primeiro post, gostaria de apresentar àqueles que ainda não conhecem um cristão que muito impactou o cristianismo. Um pastor que pregava na Inglaterra, mesmo que, para isso, tivesse de ser preso. Coisa que diversas vez aconteceu. Então, ainda na prisão, de uma forma muito para lá de paulina, escreveu um livro. Tan-tantan-ran-ran! O Peregrino!
"Bunyan escreveu O Peregrino em duas partes, a primeira foi publicada em Londres em 1678 e a segunda em 1684. Ele havia iniciado a obra durante seu primeiro período de aprisionamento, e provavelmente terminou-a durante o segundo período do mesmo. A edição mais recente em que as duas partes foram combinadas em um único volume foi publicada em 1728. Uma terceira parte falsamente atribuída a Bunyan apareceu em 1693, e foi reimpressa em 1852. Seu nome completo é The Pilgrim’s Progress from This World to That Which Is To Come ("O Progresso do Peregrino deste Mundo Àquele que está por Vir").
O Peregrino é considerado uma das mais conhecidas alegorias já escritas, e tem sido amplamente traduzido em diversas línguas. Missionários Protestantes geralmente o traduziam em primeiro lugar depois da Bíblia.
Outras duas obras de Bunyan são menos conhecidas: The Life and Death of Mr. Badman ("A Vida e Morte do Senhor Badman", 1680), uma biografia imaginária, e The Holy War ("A Guerra Santa", 1682), uma
alegoria. Um terceiro livro que revela a vida interior de Bunyan e sua preparação para seu designado trabalho é Grace Abounding to the chief of sinners ("Abundante Graça para o chefe dos pecadores", 1666). É uma obra muito prolixa e, uma vez que sendo a respeito da própria pessoa de Bunyan, poderia dar o parecer de ser intoleravelmente egocêntrica, exceto que sua motivação ao escrever tal obra foi somente com o intuito de exaltar o conceito Cristão sobre a graça e confortar aqueles passando por experiências similares à sua.
As obras mencionadas acima têm sido publicadas em diversas edições, e estão acessíveis a todos. Existem notáveis coleções de edições de
O Peregrino, e.g., no Museu Britânico e na Biblioteca Pública de Nova York, agrupados por James Lennox.
Bunyan se tornou um popular pregador e um prolífico autor, apesar da maioria de seus trabalhos consistir em sermões. Em teologia, ele era um
Puritano, mas não havia nada de obscuro a seu respeito. O retrato desenhado por seu amigo Robert White tem sido reproduzido diversas vezes e mostra a atraente natureza de seu verdadeiro caráter. Ele era alto, tinha cabelos ruivos, um nariz proeminente, uma boca bastante grande e olhos brilhantes.
Bunyan não era uma pessoa estudada, mas conhecia a Bíblia em inglês muito bem. Ele também foi influenciado pela obra Commentary on the Epistle to the Galatians ("Comentário na Epístola aos Gálatas") de
Martinho Lutero, na tradução de 1575.
Algum tempo antes de sua libertação final da prisão, Bunyan se envolveu em uma discussão com Kiffin, Danvers, Deune, Paul, e outros. Em 1673 ele publicou Differences in Judgement about Water-Baptism no Bar to Communion ("Diferenças no Julgamento sobre Batismo nas Águas não são Barreiras para a Comunhão"), onde ele sustentou a idéia de que "A igreja de Cristo não tem o direito de excluir da comunhão o Cristão que é um santo visível neste mundo, o Cristão que anda segundo sua própria luz com Deus." Apesar de reconhecer que o "Batismo nas Águas é uma ordenança de Deus," ele se recusava a fazer disso "um ídolo," assim como ele pensava que faziam aqueles que usavam disto como um preceito para excluir da comunhão os que eram reconhecidos como Cristãos genuínos.
Kiffin e Paul publicaram uma resposta em Serious Reflections ("Sérias Reflexões", Londres, 1673), aonde eles discutiram em favor à restrição da Ceia do Senhor aos devotos batizados, e receberam a aprovação de Henry Danvers em sua obra Treatise of Baptism ("Tratado de Batismo", Londres, 1673 ou 1674). Como resultado da controvérsia os Batistas Exigentes (
Calvinistas) deixaram aberta a questão da comunhão com os não-batizados. A igreja de Bunyan admitiu pedobatismo aos membros e finalmente se tornou pedobatista (Congregacionista).
Bunyan se distingue por ter escrito
O Peregrino, provavelmente o livro mais lido do idioma inglês e o traduzido em mais línguas que qualquer outro livro exceto a Bíblia. O encanto da obra é atribuída ao interesse de uma história onde a intensa imaginação do escritor cria personagens, incidentes, e cenas vivas na mente de seus leitores como coisas conhecidas e relembradas por eles mesmos, em seus toques de ternura e humor, em sua impressionante e comovente eloqüência, e em seu puro Inglês idiomático. Macaulay afirmou, "Todo leitor conhece o estreito e apertado caminho tão bem quanto ele conhece uma rodovia em que ele tem andado pra frete e pra trás cem vezes" e ele adiciona: "Na Inglaterra durante a última metade do século dezessete havia somente duas mentes capazes da faculdade imaginária em um grau tão elevado. Uma dessas mentes produziu o Paradise Lost ("Paraíso Perdido"), e a outra The Pilgrim's Progress ("O Peregrino"). Bunyan escreveu cerca de 60 livros e folhetos, dos quais The Holy War ("A Guerra Santa") é o segundo em popularidade, atrás de O Peregrino, enquanto Grace Abounding ("Abundante Graça") é uma das biografias mais interessantes já escritas." (Retirado do Wikipedia)
Para quem quiser crescer na Fé e não tiver preguiça para isso, ou medo!, vale a pena conferir essa fabulosa leitura que pode ser feita por este site: http://www.scribd.com/doc/2455733/Bunyan-John-O-Peregrino
No mais, que aprendamos como o Peregrino, chamado Cristão, a superar as dificuldades que o Mundo, a Carne e o Inimigo podem nos trazer, permanecendo sempre fieis no Caminho!
Que a Graça e a Paz de Cristo Jesus, nosso Senhor, tomem conta de nossas vidas, pensamentos, sonhos, planos, estudos, namoros, famílias, igrejas...
Um tenro abraço a todos os meus queridos.
Esdras.